7 de dezembro de 2008

caminhos.




caminhei pela noite, trocando os passos na rua com calçadas e pedras altas. caminhei pela noite, no trilho do trem, equilibrando os desejos versus os sentimentos ruins. caminhei pela noite, segurada pela garrafa e pelo copo.caminhei pela noite, com o cheiro do peixe, do porto, da cidade. caminhei com o calor da cidade, em uma das noites de verão. caminhei olhando para a frente e trocando passos com as lembranças. caminhei com cabelo atrapalhando o sorriso e escondendo o olhar vago. caminhei entre seus braços vazios e a rua cheia. dancei pensamentos, risos e tristezas. e resolvi voltar a caminhar. e caminhei o sufuciente para ser mordida...pelo diabo.

4 de dezembro de 2008

água;

muito, muito calor na cidade que não é minha.
cabelos longos que grudam no pescoço, suor que nasce na face, dose de irritação, punhado de magnetismo, vontade de cair numa piscina
.
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.
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sem roupa, sem pele, sem sonhos, sem anseios, sem preocupações, sem futuro nem passado.

27 de novembro de 2008

lá.


Novos ares na cabeça, entre os cabelos e os sorrisos. O sol da cidade desconhecida faz bem à pele pouco bronzeada. O céu azul da cidade grande, traz alegrias ao sentido. A areia branca da praia não visitada, escorrega pelos pés finos. O desconhecido faz bem à alma e deixa saudade no coração. E no olhar, fica a vontade de voltar e se perder por lá.

13 de novembro de 2008

mas eu não entendo.

ela, sempre feliz - como dizem por aí.




mas onde está o Lexotan que coloquei aqui para tomar junto com a wodka?

1 de novembro de 2008

leve desespero.



e por um segundo, eu precisei de você mais do que deveria e quis mais do que tudo, ter seus braços ao meu redor.

nó.


noite dessas de pensamentos, devaneios, quereres e insônia.
o que eles querem me dizer, eu nunca consigo perceber ao certo, ainda mais quando a janela fechada proíbe a passagem do vento, ao quarto, aos papéis, aos rascunhos e ao coração.

deveria acreditar que tirei a sorte grande, que é mais um nó do destino ou que não passa de mais uma outra noite de insônia e quereres?


" Brilho, festas, plumas, flashes
Mas eu fiquei deserta
Diante das grades abertas
Depois virei vento, terra, água e nunca fogo
Signo que não combina com o meu
Terra para pés no chão
Água para salvação
Vento para me levar de ti
Fogo para o coração. "

Simona Talma, Eu te peço um verso.

25 de outubro de 2008

Anunciação


na verdade, eu não sei o que houve. só senti o baque do meu corpo encontrando a poeira do chão, mais uma vez.e como de costume, adorei voltar ao chão.abri os olhos e vi o tamanho da deliciosa queda, depois senti o corpo todo doer, ossos do ofício. levantei, sacodi a poeira e continuo o caminho. lembro de poucas coisas, pequenas e inesquecíveis demonstrações de afeto que recebi antes da queda. coisinhas que aparentemente tão insiginificantes, me tornaram mais forte e preparada pro amanhã.algumas ligações estancaram o sangue dos ferimentos. e eu nem tinha pedido, pura gentileza do destino que além de me curar, me trouxe sorrisos num sotaque distante.os devaneios continuam sem parar e eu também. os sorrisos não cessam, assim como o olhar distante. o futuro incerto bate na porta, como quem me chama pra dançar frevo no meio da rua, sem medo, sem vergonha e sem prudência. e como quem não tem nada a perder, de novo faço apostas caras, coloco em jogo a alma e os sentimentos com um sorriso largo de quem tem o mundo a ganhar.

14 de outubro de 2008

Me deixa em paz


Na voz de Nina Becker, cantora do grupo Orquestra Imperial, a seguinte canção. Grande clássico do sambista Monsueto. Vale a pena conferir essa "versão moderna". A letra é belíssima. Haja dor-de-cotovelo.

Me Deixa Em Paz

Composição: Monsueto / Aírton Amorim

Me deixa em paz

Se você não me queria
Não devia me procurar
Não devia me iludir
Nem deixar eu me apaixonar

Se você não me queria
Não devia me procurar
Não devia me iludir
Nem deixar eu me apaixonar

Evitar a dor
É impossível
Evitar esse amor
É muito mais
Você arruinou a minha vida
Me deixa em paz

Se você não me queria
Não devia me procurar
Não devia me iludir
Nem deixar eu me apaixonar
Não devia me iludir
Nem deixar eu me apaixonar

12 de outubro de 2008

sábado, fim de noite.


"As pessoas esquecerão o que você fez, esquecerão o que você disse, mas nunca esquecerão de como você as tratou."

8 de outubro de 2008

Nervos de Aço

Canção do gaúcho Lupicínio Rodrigues, grande compositor brasileiro, intitulada Nervos de Aço, própria para todo aquele que sofre de dor-de-cotovelo.



Porém, vale registrar também a versão cantada pelo mestre Paulinho da Viola, carioca do Botafogo, igualmente grande músico brasileiro. Aí vai o vídeo, seguido da letra do velho Lupe:



Você sabe o que é ter um amor, meu senhor
Ter loucura por uma mulher
E depois encontrar esse amor, meu senhor
Ao lado de um tipo qualquer
Você sabe o que é ter um amor, meu senhor
E por ele quase morrer
E depois encontrá-lo em um braço
Que nem um pedaço do meu pode ser
Há pessoas de nervos de aço
Sem sangue nas veias e sem coração
Mas não sei se passando o que eu passo
Talvez não lhes venha qualquer reação
Eu não sei se o que trago no peito
É ciúme, é despeito, amizade ou horror
Eu só sei é que quando a vejo
Me dá um desejo de morte ou de dor

7 de outubro de 2008

Nunca ninguém sabe


Still in love? I think so ; )
Upload feito originalmente por Henný G



Nunca ninguém sabe se estou louco para rir ou para chorar.
Por isso o meu verso tem
Esse quase imperceptível temor...
A vida é louca, o mundo é triste:
Vale a pena matar-se por isso?
Nem por ninguém!
Só se deve morrer de puro amor...

Mário Quintana
(1906-1994)

5 de outubro de 2008

O analfabeto político

O pior analfabeto
É o analfabeto político,
Ele não ouve, não fala,
Nem participa dos acontecimentos políticos.

Ele não sabe o custo da vida,
O preço do feijão, do peixe, da farinha,
Do aluguel, do sapato e do remédio
Dependem das decisões políticas.

O analfabeto político
É tão burro que se orgulha
E estufa o peito dizendo
Que odeia a política.

Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política
Nasce a prostituta, o menor abandonado,
E o pior de todos os bandidos,
Que é o político vigarista,
Pilantra, corrupto e lacaio
Das empresas nacionais e multinacionais.

17 de setembro de 2008

Versos de Carine Morandi

Recebi no meu Orkut o trabalho singelo e belo da poetisa e escritora Carine Morandi.

Gostei e achei de bom feitio publicá-lo para aqueles que por aqui navegam.

Os seguintes versos são de simplicidade tão tocante que têm uma beleza imanente: a beleza da simplicidade em si. Servem para acalentar a alma e dar força para caminhar.

Já não quero ser grande, forte, inatingível.
quero ser, por hora, de um tamanho que
eu ainda me reconheça, que ainda saiba
me encontrar no passado ou um dia no futuro.

Quero ser humana, quero ser carne e osso,
quero sentir, quero tocar... quero poder
ser isso que sou na medida qualquer do tempo,
estar sempre pronta a me recompor das tempestades;

Não devo estar tão errada...

Há tanta água no oceano que se deixa evaporar
pelo único prazer de voltar a ser uma gota de chuva

Site da Carine Morandi:
http://carinemorandi.blogspot.com

Comunidade no Orkut
http://www.orkut.com.br/Community.aspx?cmm=36824749

9 de setembro de 2008

vento ventania.




e eis que em mim tem muito mais de você, mais do que eu esperava.
não tem silêncios, tem aquele risinho contido no canto da boca e o olhar escondido embaixo da franja, que insiste ser escondido pelo vento que bagunça os cabelos.
naquele lugar há um vento que sopra com força, que mais cedo ou mais tarde, vai acabar me levando junto com ele e sem destino.





mal vejo a hora.

pra quê serve a música?



tem me feito um bem daqueles.
uso todo dia, cada vez a dose aumenta mais e a sensação de paz é ingente.
paz ou reencontro, seja lá o que for, eles sabem trocar a pilha da boneca com êxito.
eles? http://www.myspace.com/pretrovisor
(mas não conta pra ninguém, tá!)

31 de agosto de 2008

Vaqueiros do meu Brasil

(Foto: Renato Spencer/JC Imagem
http://www.flickr.com/photos/rspencer/213364658/)



Numa tarde bem tristonha
Gado muge sem parar
Lamentando seu vaqueiro
Que não vem mais aboiar
Não vem mais aboiar
Tão dolente a cantar
Tengo, lengo, tengo, lengo,
tengo, lengo, tengo
Ei, gado, oi
Bom vaqueiro nordestino
Morre sem deixar tostão
O seu nome é esquecido
Nas quebradas do sertão
Nunca mais ouvirão
Seu cantar, meu irmão
Tengo, lengo, tengo, lengo,
tengo, lengo, tengo
Ei, gado, oi
Sacudido numa cova
Desprezado do Senhor
Só lembrado do cachorro
Que inda chora
Sua dor
É demais tanta dor
A chorar com amor
Tengo, lengo, tengo, lengo,
tengo, lengo, tengo
Tengo, lengo, tengo, lengo,
tengo, lengo, tengo
Ei, gado, oi
E... Ei...

(Luiz Gonzaga e Nelson Barbalho)

Uma canção para aqueles que sabem a luta diária que os cavaleiros do Sertão enfrentam, carregando em seu peito amargura, incertezas, angústia e, sobretudo, muita esperança em dias melhores.

21 de agosto de 2008

Mais quatro





Vejo-os passando
na rua.

Esse não tem chances de se eleger.
Esse também não.
Esse aí, menos.
Aquele ali... é, quem sabe.

Mas é engraçado,
não me identifico com nenhum.

Ei, você! Não me identifico com você!
Não me identifico com sua ideologia,
com seu jeito de falar, com suas roupas
com as pessoas que te apóiam
com suas causas,
com você enfim!

Por quê?

Você vai ganhar, eu sei.
E vai me representar.
(Quem disse que eu quero?)
A mim e a tantos outros.
Tantos outros que igualmente não se identificam com você,
mas que caíram nas besteiras que você fala.

E serão mais quatro anos.
Quatro anos...
Qua-
tro!

Por quê?

18 de agosto de 2008

os livros na estante continuam com pouca importância.






estamos de volta.
e com Caetano na vitrola para embalar o silêncio que soa como melodia.

22 de janeiro de 2008

acordei assustada.

susto.
ao abrir a porta e olhar acasa arrumada, mesmo assim de longe, me assustei.
calçada com essas botas de cano longo e imundas - afinal minha caminhada é longa - esperava encontrar a mesma casa velha e casa, sempre casa.
tirei os sapatos e entrei como se pisasse em ovos para não fazer barulho, para não te acordar.
passei pela cozinha, cheirando a limpeza fresquinha.
a sala com as cortinas alvas, iluminava as flores no vaso, em cima da mesa.
o seu bilhete com aquela letra inconfundível.
ah, como sabia que eu estava voltando? o vento te disse, né?
o vento sempre me entrega.
passei pelo banheiro e entrei.
ao me olhar no espelho, susto.
embaixo da poeira grossa da estrada, ainda haviam meus olhos.
tristes mas eles estavam lá, ainda vivos.
sorri, como há muito não fazia.
cheguei naquele velho quarto, abri a porta devagarzinho...e me encontrei dormindo.

1 de janeiro de 2008

Espere Por Mim, Morena

Música de Luiz Gonzaga Jr., o Gonzaguinha, tocada pela banda de reggae de Brasília, Natiruts, numa versão "praia, sol e violão". Vale a pena conferir!

Espere Por Mim, Morena
Gonzaguinha

Tire um sono na rede
Deixa a porta encostada
Que o vento da madrugada
Já me leva pra você.

E antes de acontecer o Sol
A barra vir quebrar
Eu estarei nos seus braços
Para nunca mais voar.

Espere por mim, morena,
Espere que eu chego já
O amor por você morena
Faz a saudade me apressar.

Espere por mim, morena,
Espere que eu chego já
O amor por você, morena,
Faz a saudade me apressar.

E nas noites de frio
Serei o teu cobertor,
Quentarei o teu corpo
Com meu calor

Oh, minha santa, eu juro
Juro por Deus Nosso Senhor,
Nunca mais, minha morena,
Vou fugir do seu amor.

Espere por mim, morena,
Espere que eu chego já
O amor por você, morena,
Faz a saudade me apressar.

Espere por mim, morena,
Espere que eu chego já
O amor por você, morena,
Faz a saudade me apressar.

Tire um sono na rede
Deixa a porta encostada
Que o vento da madrugada
Já me leva pra você.

E antes de acontecer o Sol
A barra vir quebrar
Eu estarei nos seus braços
Para nunca mais voar.

Espere por mim, morena,
Espere que eu chego já
O amor por você morena
Faz a saudade me apressar.

Espere por mim, morena,
Espere que eu chego já
O amor por você, morena,
Faz a saudade me apressar.


Feliz 2008 e Aniversário do Blog

Bem, hoje se inicia mais um ano. Muitos soltam desejos no ar da boca para fora, muitas vezes para pessoas que mal conhecem e, portanto, somos quase levados a desacreditar esses desejos que recebemos de alguns.
Mas é com grande sinceridade que desejo a todos um feliz 2008 e que os votos de paz, saúde, felicidade, alegria, compaixão, serenidade, sabedoria e muito amor não fiquem apenas na carta enviada, na mensagem recebida pelo celular, no e-mail, enfim, no desejo: que ajamos para concretizar tudo isso que planejamos no final do ano passado e no início de um novo ano, deixando o egoísmo de lado e buscando sempre uma vida melhor coletivamente.

Além disso, é com grande emoção que digo que fazemos um ano de aniversário hoje!
Parabéns para o Recanto Taciturno também!
E que 2008 nos traga muito mais idéias à cabeça e amor ao coração.