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25 de outubro de 2008

Anunciação


na verdade, eu não sei o que houve. só senti o baque do meu corpo encontrando a poeira do chão, mais uma vez.e como de costume, adorei voltar ao chão.abri os olhos e vi o tamanho da deliciosa queda, depois senti o corpo todo doer, ossos do ofício. levantei, sacodi a poeira e continuo o caminho. lembro de poucas coisas, pequenas e inesquecíveis demonstrações de afeto que recebi antes da queda. coisinhas que aparentemente tão insiginificantes, me tornaram mais forte e preparada pro amanhã.algumas ligações estancaram o sangue dos ferimentos. e eu nem tinha pedido, pura gentileza do destino que além de me curar, me trouxe sorrisos num sotaque distante.os devaneios continuam sem parar e eu também. os sorrisos não cessam, assim como o olhar distante. o futuro incerto bate na porta, como quem me chama pra dançar frevo no meio da rua, sem medo, sem vergonha e sem prudência. e como quem não tem nada a perder, de novo faço apostas caras, coloco em jogo a alma e os sentimentos com um sorriso largo de quem tem o mundo a ganhar.