6 de abril de 2007

"Eu faço versos como os saltimbancos"

Eu faço versos como os saltimbancos
Desconjuntam os ossos doloridos.
A entrada é livre para os conhecidos...
Sentai, Amadas, nos primeiros bancos!

Vão começar as convulsões e arrancos
Sobre os velhos tapetes estendidos...
Olhai o coração que entre gemidos
Giro na ponta dos meus dedos brancos!

“Meu Deus! Mas tu não mudas o programa!
Protesta a clara voz das Bem-Amadas.
“Que tédio!” o coro dos Amigos clama.

“Mas que vos dar de novo e imprevisto?
Digo...e retorço as pobres mãos cansadas:
Eu sei chorar...Eu sei sofrer...Só isto!”

Mario Quintana
in Rua dos Cataventos.

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