2 de fevereiro de 2007

Dez anos sem Chico Science

Não posso nem ousar escrever algo que represente a importância real que você tem pra mim. Mas sou teimoso.

Sinto você não apenas como um revolucionário, como um mestre, como um grande músico, mas sinto também como um irmão mais velho alheio à família que me fortalece o corpo e suaviza as quedas nas lutas que a vida nos exige.

Você, além de tantos outros mestres, mostrou ao país, mostrou ao mundo o que o nosso povo tem de especial, o quão genial podemos ser. Você me faz ter mais vontade ainda de gritar a todos os cantos de onde eu vim, a que gente pertenço, com qual cultura eu me identifico. Me deixa de cabeça erguida num lugar onde há tanta gente disposta a nos abaixar só pelo que somos. Você traz orgulho (no melhor sentido da palavra) a esse jovem já tão vazio de auto-estima. Você me faz pensar sobre os problemas dos meus irmãos, me dá força e me faz "sentir vontade de fazer muita coisa", enchendo-me de esperança sobre o dia de amanhã. E como se isso já não bastasse, ainda me faz sorrir e dançar, expressões mais sinceras do que nossas almas podem querer dizer.

Somos, somos, somos, somos, somos Mangueboys! Todos nós que sentimos a tua força, a tua presença, mesmo estando ausente já há 10 anos. Nós que te sentimos e te levamos para mais 10, 100, 1000 anos de existência, nós podemos sim gritar e dançar ao som de um ritmo cosmopolita. Um ritmo com batuque malucos dos malungos daqui, com guitarras e samplers de gente do outro lado do oceano.

Você é as notas que com grande pesar faltam aqui. Mas não importa, malungo sangue bom, nós que aqui ainda estamos, continuaremos tentando deixar tudo soando bem aos ouvidos, buscando nos momentos mais difíceis conselhos, ajuda e apoio nas grandes pessoas que conhecemos, como você.

Sou eternamente grato a você, Francisco de Assis França.

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