22 de janeiro de 2008

acordei assustada.

susto.
ao abrir a porta e olhar acasa arrumada, mesmo assim de longe, me assustei.
calçada com essas botas de cano longo e imundas - afinal minha caminhada é longa - esperava encontrar a mesma casa velha e casa, sempre casa.
tirei os sapatos e entrei como se pisasse em ovos para não fazer barulho, para não te acordar.
passei pela cozinha, cheirando a limpeza fresquinha.
a sala com as cortinas alvas, iluminava as flores no vaso, em cima da mesa.
o seu bilhete com aquela letra inconfundível.
ah, como sabia que eu estava voltando? o vento te disse, né?
o vento sempre me entrega.
passei pelo banheiro e entrei.
ao me olhar no espelho, susto.
embaixo da poeira grossa da estrada, ainda haviam meus olhos.
tristes mas eles estavam lá, ainda vivos.
sorri, como há muito não fazia.
cheguei naquele velho quarto, abri a porta devagarzinho...e me encontrei dormindo.

Nenhum comentário: